terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O amor:

Assim como um lagarto, rápido, o amor pode passar. Sibilando entre os carros e o asfalto o lagarto sob o sol cintilante. Viu o lagarto duas vezes: escondido. Sabiamente, deixou-o escondido, e se foi. Deixou-o escondido e se foi. Cada um para o seu lado, nunca mais trocariam um olhar. Foram apenas momentos fragmentados que uniram os dois, assim como é a vida. Momentos fragmentados. A memória é muito maior do que o momento. Só ela é para sempre... O lagarto tem meses de fragmento, o momento, dois dias. Por isso, cuidado. O amor é perecível e não aceitamos troca. Do “oi” até “que a morte nos separe” não há dias, nem meses, nem anos. Há milhares de mensagens, centenas de encontros e de beijos, transas, dezenas de promessas. Há brigas e o prazo de validade pode vencer e nem a morte vai ter tempo de separar ninguém, por que é a última da fila de separações e dificilmente chega a vez dela, paciente. Então há lamúrias nos ombros amigos, embriaguez e não é o tempo, mas os momentos, que cuidarão de tudo até que tudo comece outra vez e uma vez acabe de outra maneira, quando a vez dela chegar e tornar o amor o mais bonito.

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